Com o avanço da medicina e de suas técnicas, a cirurgia da sinusite (as sinusectomias) estão cada vez mais seguras, rápidas e conservadoras, tornando o pós operatório mais confortável e com menos riscos de complicações.
Isso se deve porque realizamos a cirurgia com a auxilio da videoendoscopia, uma técnica que utiliza uma câmera acoplada à um endoscópio.
Para entender a cirurgia que trata da sinusite, é necessário compreender alguns aspectos fisiopatológicos e anatômicos da região da face.
O QUE É SINUSITE E QUAL A SUA CLASSIFICAÇÃO?
A rinossinusite ou também chamada sinusite, é por definição: “Uma inflamação sintomática da mucosa do nariz e das cavidades paranasais”.
Ela pode ser classificada como aguda (<12 semanas) e crônica (>12 semanas). Saiba mais.
A cirurgia será indicada em casos crônicos de sinusite ou em casos de rinossinusite aguda complicada.
A CAVIDADE NASAL E SEUS SEIOS PARANASAIS
O nariz, como sabemos, é dividida em duas cavidades nasais – narina direita e esquerda, que são separadas pelo septo nasal.
Já os seios paranasais (cavidades paranasais) são extensões das cavidades nasais. Eles iniciam o desenvolvimento com cerca de 2 meses de vida intrauterina, inicialmente com as células etmoidais anteriores e os seios maxilares.
QUAIS SÃO OS SEIOS PARANASAIS?
Todos os seios da face são bilaterais, são eles:
- Frontal direito e esquerdo
- Etmoidal direito e esquerdo
- Maxilar direito e esquerdo
- Esfenoidal direito e esquerdo
Todos os seios da face drenam para as fossas nasais e todos estão sujeitos às doenças nasossinusais, dentre elas, as sinusites.
A SINUSITE CRÔNICA
Consideramos a sinusite como crônica quando ela tem uma duração >12 semanas.
PRINCIPAIS SINTOMAS DA SINUSITE CRÔNICA:
- Obstrução nasal crônica;
- Dor/ pressão na face;
- Cefaléia (dor de cabeça);
- Hiposmia (diminuição do olfato) /anosmia (ausência do olfato).
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DAS SINUSITES?
- Anamnese: de extrema importância, o paciente deve relatar com detalhes suas queixas nasais, o que vai nos direcionar para a hipótese de uma rinossinusite aguda ou crônica.
- Exame físico otorrinolaringológico com endoscopia nasal (saiba mais desse exame aqui), possibilita avaliar se existem alterações da mucosa nasal, como a presença de pólipos, secreção mucopurulenta nasal e edema das fossas nasais.
- Exame tomográfico: Avalia possível acometimento dos seios da face, avalia vias de drenagem dos seios, espessamentos e presença de cistos/pólipos nas cavidades. Em alguns casos é necessário associar com a ressonância magnética.
- O Raio-X dos seios paranasais é limitado para o diagnóstico de rinossinusite (tanto as agudas como as crônicas) devido sua baixa especificidade. Alterações vistas em uma radiografia de seios da face, quando não há quadro clínico compatível, não tem valor diagnóstico. Portanto, é um exame em desuso e não deve ser realizado.
TRATAMENTO DAS SINUSITES CRÔNICAS – cirurgia da sinusite (as sinusectomias)
QUANDO INDICAR A CIRURGIA DA SINUSITE (SINUSECTOMIAS)?
A cirurgia da sinusite (as sinusectomias) é geralmente realizada em casos de rinossinusite aguda de repetição com sinais de rinossinusite crônica ou em alguns casos de complicações das rinossinusites agudas.
O fator principal para sua indicação são os sintomas que o paciente apresenta. Os sintomas mais frequentes são:
- Cefaléia;
- Pressão facial crônica;
- Gotejamento nasal posterior;
- Obstrução nasal;
- Anosmia;
- Hiposmia;
- Agudização recorrente de rinossinusite.
Para o diagnóstico da sinusite crônica, além dos sintomas, são necessárias alterações sugestivas nos exames de endoscopia nasal e de imagem, este geralmente consiste na tomografia de seios paranasais.
A CIRURGIA DA SINUSITE (AS SINUSECTOMIAS)
De forma didática, a cirurgia da sinusite (as sinusectomias) consiste na abertura e ampliação das vias de drenagem dos seios paranasais (seus óstios) que se encontram obliteradas/espessados devido a cronicidade da sinusite.
Além disso, quando presentes, são realizadas a remoção de pólipos, cistos e a lavagem dos seios abertos, para a remoção de secreções cronicamente ali retidas.
A cirurgia da sinusite (as sinusectomias) faz parte de um grupo de cirurgias que são realizadas por via endoscópica, ou seja, por dentro das narinas através da videoendoscopia nasal com anestesia geral.
Popularmente conhecida como “raspagem”, as sinusectomias estão cada vez mais seguras, rápidas e conservadoras, tornando o pós operatório mais tranquilo, com menos riscos de complicações.
A cirurgia da sinusite é uma cirurgia sem cortes externos, sendo realizada via endoscópica e pelas fossas nasais. Pode também estar associada à septoplastia e cirurgia dos cornetos nasais (quando alterados) para a melhora funcional das narinas.
O tempo cirúrgico dependerá de quantos seios da face serão abordados e da complexidade do caso. De modo geral, pode possuir uma duração média de 2:30h.
O TAMPÃO NASAL na cirurgia da sinusite (as sinusectomias)
Antigamente o uso de tampão nasal após a realização de uma cirurgia nasal era muito comum e gerava intenso desconforto no pós operatório.
Atualmente, ele é indicado apenas em casos muito selecionados, principalmente quando não há um controle satisfatório do sangramento nasal no intra-operatório.
Como a cirurgia endoscópica nasal traz uma visão ampliada das estruturas nasais, o cirurgião consegue na maioria das vezes identificar pontos de sangramento e realizar sua cauterização sem muitas dificuldades.
POR QUE REALIZAR A SINUSECTOMIA (cirurgia da sinusite) ? QUAIS SEUS BENEFÍCIOS?
A finalidade dessa cirurgia de pequeno à longo prazo é permitir que os seios da face consigam realizar suas funções corretamente, como a drenagem das secreções que são produzidas diariamente, de forma efetiva para as fossas nasais, permitindo sua boa aeração e evitando retenção de secreções dentro dos seios, o que é o fator principal para gerar as sinusites de repetição e consequentemente levar à sua cronicidade.
Importante frisar que a cirurgia da sinusite não impede o paciente de vir a ter sinusites agudas esporadicamente. No entanto, a frequência tende a ser menor e diante da sua ocorrência, os sintomas tendem a ser leves e com resolução completa através de medicamentos tópicos e/ou orais e com lavagem nasal.
CIRURGIA ENDOSCÓPICA NASAL
As sinusectomias também podem ser chamadas de cirurgia endoscópica nasal, isto porque, utiliza-se da via endoscópica para sua realização. A cirurgia endoscópica nasal também engloba o tratamento de outras patologias nasais, são elas:
- Hipertrofia de cornetos inferiores, através das turbinectomias ou turbinoplastias endoscópicas;
- Correção endoscópica de septo nasal (septoplastia endoscópica);
- Polipose nasossinusal (um tipo de rinossinusite crônica);
- Pólipo de killian (pólipo antrocoanal);
- Tumores nasais;
- Para acesso à base de crânio;
Entre outros.
PÓS OPERATÓRIO da cirurgia da sinusite
O pós operatório das sinusectomias costuma ser de pouca dor e facilmente controlada com medicações analgésicas.
Orientamos que nos primeiros dias vai existir a sensação de obstrução nasal “como se estivesse muito resfriado”, que piora nas primeiras 24 – 72 horas pós procedimento.
Isto porque, ocorre edema (inchaço) das estruturas que foram manipuladas cirurgicamente e também pelo acúmulo de sangue coagulado e pela formação de crostas (como as “casquinhas” que surgem no corpo quando nos machucamos, elas também ocorrem como processo de cicatrização dentro das narinas).
Por isso, os cuidados no pós operatório são de extrema importância e depende exclusivamente do paciente. É necessário realizar corretamente as lavagens nasais e seguir à risca as orientações do cirurgião.
Na cirurgia da sinusite (as sinusectomias) não existem cortes externos, edemas ou equimoses na pele, a não ser que a cirurgia funcional esteja associada à rinoplastia (parte estética).
Como já comentado, os tampões nasais, muito utilizados antigamente após as cirurgias nasais, atualmente são indicados em casos específicos ou quando não há a possibilidade de controle de sangramento nasal durante o intra-operatório.
Quando associamos a septoplastia (acesse aqui) ao procedimento da cirurgia da sinusite (as sinusectomias), o paciente sai da cirurgia com os splints nasais.
O splint nasal é um silicone que manterá o septo nasal reto e evitará sinéquias (aderências) nos primeiros dias de pós operatório.
Esse “curativo” é removido no primeiro retorno pós operatório, que ocorre em menos de 7 dias.
“Se você sente algum desses sintomas e percebe uma diminuição da qualidade de vida devido os episódios recorrentes de sinusite, que levam ao uso desenfreado de antibióticos, não deixe de entrar em contato conosco para uma consulta.”
- Fontes: