Rinite é a inflamação do tecido de recobre a parte interna das narinas. A rinite mais conhecida é a rinite alérgica, que ocorre por exposição aos alérgenos.
No entanto, existem outros tipos de rinite, incluindo as não alérgicas e as infecciosas.
Estudos epidemiológicos apontam que a rinite alérgica (RA) é observada em 10% a 40% da população mundial.
Nesse artigo falaremos mais sobre as rinites alérgicas.
“Nunca deixe de procurar um otorrino de confiança caso note qualquer alteração na saúde da boca, nariz, garganta e ouvidos.”

Qual o médico que trata de dor de ouvido?

Dra. Camilla Ferreira é médica com 10 anos de experiência, otorrinolaringologista com Título de Especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL) e Título de Especialista pelo MEC, pelo Hospital Federal do Andaraí - RJ. A Dra. também tem formação em Medicina do Sono pelo Instituto do Sono em São Paulo – SP.
Como otorrinolaringologista, minha missão é oferecer um cuidado personalizado e acolhedor para cada paciente. Através de uma medicina humanizada combinada com conhecimento científico, busco o melhor protocolo de tratamento para você!
Me dedico a diagnosticar e tratar distúrbios do ouvido, nariz e garganta, sendo referência em tratamento do Ronco, da Apneia Obstrutiva do Sono e em cirurgias de nariz e garganta.
Como cada paciente é único e merece um cuidado individualizado, minha consulta é marcada pela atenção aos detalhes e pela busca por soluções personalizadas para cada paciente.
Rinite alérgica
O que é a rinite alérgica?
É uma inflamação no tecido que reveste as narinas. Ocorre por exposição à alérgenos. Essa reação de hipersensibilidade mediada por IgE a alérgenos específicos ocorre em pessoas geneticamente predispostas e sensibilizadas. Ocorre quando o corpo tem uma reação exagerada a algo que não é, de fato, uma ameaça.
Os alérgenos mais comuns são os provenientes de ácaros, animais domésticos, insetos, fungos e pólens.


Pacientes portadores de rinite alérgica persistente (sintomas que duram mais de 4 dias na semana e mais de 4 semanas seguidas), mesmo quando sem sintomas, possuem um processo inflamatório basal na mucosa do nariz, sendo este um facilitador pra uma resposta rápida e intensa quando ocorre uma nova exposição ao alérgeno que é sensível.
Classificação
- Persistente: sintomas duram mais de 4 dias na semana e mais de 4 semanas seguidas.
- Intermitente: sintomas duram menos de 4 dias na semana ou em um período menor que 4 semanas seguidas.
- Leve: Os sintomas geram pouco impacto no sono, no lazer e no trabalho.
- Grave: Os sintomas prejudicam o sono, lazer e trabalho.
Sintomas
A história familiar de rinite alérgica tem grande relevância para o desenvolvimento da rinite alérgica.
O início do quadro costuma ser precoce, indo dos 4 aos 20 anos de idade.
Há uma importante associação da rinite com a asma, onde, nos pacientes asmáticos, a rinite alérgica está presente em até 100% dos casos.
Esta relação entre rinite e asma alérgica fundamenta-se em bases fisiopatológicas baseado na teoria das vias aéreas unidas, onde a exposição ambiental aos alérgenos, em pacientes com predisposição genética, direcionam a produção de citocinas específicas na mucosa do nariz e também dos pulmões.
Outras associações muito frequentes são com a dermatite atópica, urticária e alergias do sistema digestivo.
A associação entre rinite alérgica, asma e dermatite é muito comum, geralmente desenvolvendo desde a infância.
Portanto, os pacientes com rinite alérgica devem ser avaliados de maneira ampla, incluindo além da avaliação das vias aéreas superiores, também as vias aéreas inferiores, pele e mucosas.
Sintomas comuns:
- Obstrução nasal
- Secreção nasal hialina (coriza)
- Espirros
- Coceiras (nariz, garganta, ouvidos, olhos)
- Lacrimejamento
- Perda ou diminuição do olfato e/ou paladar
- Ouvidos abafados
- Insônia e irritabilidade
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico, onde se avalia a idade de início, sintomas, ambiente e trabalho e histórico pessoal e familiar.
O exame físico direcionado é fundamental e os exames laboratoriais são usados para a confirmação.
- Exame físico
- Face: Observa-se em alguns pacientes, a presença de edema nas pálpebras e escurecimento da região em torno dos olhos (cianose periorbitária), devido a obstrução nasal crônica. Pregas nas pálpebras inferiores (linhas de Dennie-Morgan) e pregas acima da ponta nasal (devido ao ato de coçar as narinas) também podem ser percebidos.
- Anormalidades do crescimento craniofacial associados à obstrução nasal crônica, como: Face alongada, boca sem fechamento dos lábios (lábios entreabertos) e mandíbula retraída.
- Narinas: rinoscopia anterior e endoscopia nasal para avaliação de fossas nasais. Sinais como edema (inchaço) e palidez ou vermelhidão de cornetos nasais e secreção hialina, são comuns.
- Cavidade oral: Podem ser observados dentição alterada, palato em ogiva e grânulos hiperemiados na orofaringe.


As alterações estruturais tanto de face quanto da cavidade oral, podem ser resultadas de uma obstrução nasal crônica de longa data.
- Testes diagnósticos específicos: são importantes para pacientes que possuem sintomas moderados a graves da rinite alérgica, assim como pacientes que não controlam os sintomas com o tratamento usal.
- Testes cutâneos: é a estimulação direta na pele do paciente com os antígenos. Pode ser intradérmico ou prick-test.
- ImmunoCAP e RAST: indicados em pacientes com contra-indicação à realização do teste cutâneo. Determina a presença da IgE específica.
- Citologia nasal: Auxilia na diferenciação dos tipos de rinite.
- Laboratorial: Eosinófilos séricos e dosagem de IgE sérica total.


Tratamento
Lavagem nasal: com solução salina fisiológica ou hipertônica em temperatura ambiente, para remover o muco nasal, secreções, crostas e restos celulares. A lavagem nasal é de extrema importância e um ponto essencial para o controle da rinite alérgica.
Medicamentos: inclui o uso de anti-histamínicos, corticosteróides, antileucotrienos e descongestionantes tópicos ou orais.
Importante: a escolha ou a associação de tratamentos deve ser avaliada de forma individual e personalizada para cada paciente.
Imunoterapia
A imunoterapia reduz o grau de sensibilização e a reatividade aos alérgenos, através da administração gradual e controlada de doses do alérgeno específico causador da rinite alérgica.
Ela busca a causa raiz da alergia, proporcionando alivio a longo prazo e possibilidade de diminuir ou cessar com as medicações para rinite alérgica.
Indica-se a imunoterapia quando há falha da higiene ambiental para controle dos sintomas e falha no tratamento medicamentoso ou a não correta adesão.
A imunoterapia é indicada apenas para portadores de rinite alérgica comprovada por testes cutâneos ou de IgE sérica específica. Ela pode ser administrada de duas formas: subcutânea e sublingual.
Porém não são todas as pessoas que estão aptas para realizar a imunoterapia. Existem contra-indicações, como:
- Imunodeficiências
- Neoplasias malignas
- Asma grave sem controle
- Distúrbios psiquiátricos graves
Prevenção
Pode-se reduzir a chance de sensibilização à alérgenos dos filhos desde a gestação, como o cessar do tabagismo durante a gravidez, além do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade.
Orienta-se também evitar ambientes úmidos e com poluentes internos e eliminar substâncias irritantes do meio ambiente.
O controle ambiental é de extrema importância, onde a higiene do ambiente permite evitar o contato com os possíveis irritantes.
Algumas das medidas para controle são:
- Lavar a roupa de cama semanalmente.
- Aspiradores com filtro HEPA.
- Remover carpetes, tapetes e pelúcias.
- Colocar colchões, tapetes e travesseiros ao sol por pelo menos 3 horas.
- Manutenção de ar condicionado
- Evitar ambientes úmidos e usar desumidificadores se necessário.
- Evitar a circulação de animais de estimação nos quartos.
Esportes em geral melhoram os sintomas da rinite alérgica. A natação deve ser contraindicada apenas se existir irritação por cloro.
Conclusão
Podemos concluir, que a rinite alérgica é uma condição comum que afeta significativamente a qualidade de vida de muitas pessoas.
Caracterizada por uma resposta inflamatória excessiva a alérgenos, essa doença se manifesta através de sintomas como coriza, espirros, obstrução nasal e coceira.
O diagnóstico da rinite alérgica deve ser feito precocemente, para que assim, possa ser evitado alterações crânio faciais que a obstrução nasal de longa data causa, assim como crises de asma e dermatite atópico, afecções comumente associados.
O tratamento pode incluir o uso de medicamentos, a imunoterapia e medidas de controle ambiental.
É fundamental ressaltar que o tratamento deve ser individualizado e personalizado para cada paciente.
Agende uma consulta e descubra como podemos te ajudar a ter uma qualidade de vida melhor.
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