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DESVIO DE SEPTO SEPTOPLASTIA

DESVIO DE SEPTO NASAL E SEPTOPLASTIA

Dentre as várias causas de obstrução nasal, o desvio de septo é considerado uma das mais frequentes. Nestes casos a cirurgia pode ser uma opção.

O que é o septo nasal?

O septo é uma estrutura localizada no meio do nariz, que separa as fossas nasais em direita e esquerda. Ela é formada por cartilagem (cartilagem septal), por dois ossos (o vômer e a lâmina perpendicular do etmoide) e é coberta por mucosa nasal. Sua região anterior é muito vascularizada e se torna um foco frequente de sangramentos nasais (epistaxes).

Desvio septal

Classificação do desvio septal

Quando o septo está desviado da linha média, o definimos como desvio do septo nasal.

Existem algumas maneiras de classificarmos os desvios septais:

  • Localização: Pela proximidade com estruturas das fossas nasais, são elas:
    • Área 1: Vestíbulo nasal ou caudal;
    • Área 2: Válvula nasal interna;
    • Área 3: Porção mais alta do septo;
    • Área 4: Região de conchas nasais;
    • Área 5: Região da esfenopalatina.
  • Área do septo acometido:
    • Cartilaginoso (apenas a cartilagem septal está desviada);
    • Ósseo (por desvio tanto do vômer quanto da lâmina perpendicular);
    • Misto (osteocartilaginoso).
  • Por grau: Também o classificamos em grau de I à III, onde no grau III, o septo desviado toca em estruturas da lateral do nariz.

Sintomas do desvio septal

  • Obstrução nasal crônica e congestão nasal;
  • Roncos;
  • Sinusites;
  • Sangramentos nasais (epistaxes);
  • Má qualidade do sono, sonolência diurna;
  • Boca seca;
  • Respiração oral;
  • Dor de cabeça.

Diagnóstico do desvio septal

O diagnóstico é realizado durante a consulta médica, através do exame físico, que inclui:

  • Rinoscopia anterior:
  1. Consiste na avaliação das fossas nasais através do espéculo nasal e um frontolux (luz de cabeça), que nos fornece informações importantes principalmente sobre desvios mais anteriores e volume de cornetos nasais (popularmente conhecidos como carnes esponjosas).
  • Videoendoscopia nasal:
  1. Avaliamos de forma ampliada as cavidades nasais, septo nasal, cornetos nasais, rinofaringe, orifícios das tubas auditivas e adenóde (quando presente), através de uma ótica, que pode ser flexível ou rígida, que se conecta com uma câmera e uma fonte de luz. Gostaria de saber mais sobre esse exame? Acesse aqui.
  • Tomografia de seios paranasais: Exame complementar que pode ser solicitado quando há também a necessidade de avaliação dos seios paranasais.

Desvio septal e suas consequências

O nariz tem grande importância para a respiração. Ele tem a função de filtrar, aquecer e umidificar o ar inspirado, o deixando preparado para ser recebido pelo pulmão para que o mesmo possa oxigenar corretamente nosso corpo.

Se você possui um nariz que não “funciona”, sua respiração será compensada pela respiração oral, o que torna a qualidade do ar insatisfatória para a chegada nos pulmões.

Mas o que isso causa? Maior chance de infecções de vias aéreas, como:

  • Sinusites
  • Resfriados
  • Pneumonias

Além disso, frequentemente leva à má qualidade do sono, roncos e apnéias/hipopnéias, baixo desempenho nas atividades físicas, entre outras.

Todo desvio de septo deve ser corrigido?

Não. A clínica do paciente é soberana.

Nem todo desvio septal é obstrutivo. Muitos septos são sinuosos (cerca de 72%!) porém nem todos causam sintomas/queixas no paciente. Em contrapartida, desvios leves podem gerar um grande incômodo, pois muitas vezes estão combinados com hipertrofia de conchas (cornetos nasais), gerando uma grande queixa de obstrução nasal. Por isso, frequentemente a cirurgia do septo é associado à cirurgia das conchas nasais.

Atenção especial aos quadros onde a obstrução ocorre há tantos anos, que o paciente não nota que sua respiração nasal é deficiente, pois a compensa pela boca.

Septoplastia e turbinectomia

Após o exame físico, endoscópico e tomográfico, poderemos saber se o seu desvio de septo é um caso cirúrgico ou se o tratamento será apenas medicamentoso.

Dentre as opções medicamentosas, podemos lançar mão de lavagens nasais , anti-histamínicos e corticóides tópicos.

Quando bem indicada, a correção do desvio de septo traz uma melhora importante na qualidade de vida para os pacientes.

Em relação ao procedimento, a septoplastia e a turbinectomia são procedimentos realizados cirurgicamente, sob anestesia geral, para a correção de desvios e redução do volume de conchas nasais, respectivamente.

O pós operatório nas cirurgias de correção do septo nasal e de cornetos (turbinectomia) é de pouca dor e facilmente controlado com medicações analgésicas.

Orientamos que nos primeiros dias existirá a sensação de obstrução nasal, como se estivesse muito resfriado, que após o primeiro retorno e remoção de curativos já será amenizado.

Não existem cortes externos, edemas ou equimoses na pele, a não ser que a cirurgia funcional esteja associada à rinoplastia (parte estética).

Os tampões nasais, muito utilizados antigamente após as cirurgias nasais para desvio de septo e para cirurgia da sinusite, atualmente são indicados em casos específicos ou quando não há a possibilidade de controle de sangramento nasal durante o intra-operatório.

Atualmente as cirurgias são realizadas por videoendoscopia, tornando a cirurgia mais segura com uma hemostasia (controle) do sangramento eficaz, sem necessidade de tamponamentos, salvo raras exceções.

A cirurgia é iniciada após uma anestesia geral. Normalmente o paciente pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte.

SPLINT NASAL

Normalmente, o paciente é liberado com o splint em ambas as narinas. O splint é um silicone que manterá o septo reto e evitará sinéquias (aderências) nos primeiros dias de pós operatório.

Esse “curativo” é removido no primeiro retorno pós operatório, que ocorre em menos de 7 dias.

desvio septal septoplastia

CURATIVO TIPO “BIGODINHO”

Esse curativo é fixado sobre o lábio superior, com o intuito de proteger os lábios em caso de gotejamento de sangue. Esse curativo precisará ser trocado algumas vezes, de acordo com o sangramento nasal no pós operatório, que em pequena quantidade é comum. 

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Fontes:

Deviated Septum – Harvard Health

Deviated Septum – ENT Health