A dor de garganta é um sintoma muito comum e que pode ter diversas causas.
Muitas vezes, é difícil saber se estamos lidando com uma simples inflamação ou algo mais sério.
Neste artigo, vamos explorar as principais diferenças entre amigdalite, faringite e laringite, e a importância de um diagnóstico precoce e preciso para um tratamento eficaz e para uma menor chance de complicações.

sumário
- Qual é o médico que trata de amigdalite, faringite e laringite?
- O que são as amigdalas, a faringe e a laringe?
- Qual a diferença entre amigdalite, faringite e laringite?
- Exames que avaliam a garganta
- Exames complementares
- Exames para Diferenciar Amigdalites ou Faringites Virais de Bacterianas
- Tipos de faringoamigdalites – a inflamação das amigdalas e da faringe
- PFAPA
- Outras faringoamigdalites especificas
- Faringite crônica
- Tem como prevenir todas essas “itis”?
- Quando procurar um otorrinolaringologista?
- Quando operar as amigdalas?
- A remoção das amigdalas prejudica a imunidade?
- Conclusão
Qual é o médico que trata de amigdalite, faringite e laringite?

O médico especialista mais preparado para tratar amigdalites, faringite e laringite é o otorrinolaringologista.
Seja muito bem-vindo(a)!
Médica, com 10 anos de experiência, sou otorrinolaringologista com Título de Especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL) e Título de Especialista pelo MEC, pelo Hospital Federal do Andaraí - RJ.
Tenho formação em Medicina do Sono pelo Instituto do Sono em São Paulo – SP.
Como otorrinolaringologista, minha missão é oferecer um cuidado personalizado e acolhedor para cada paciente.
Minha abordagem combina conhecimento científico com medicina humanizada, buscando sempre o protocolo de tratamento mais eficaz.
Acredito que cada paciente é único e merece um cuidado individualizado, por isso minha consulta é marcada pela atenção aos detalhes e pela busca por soluções personalizadas para cada caso.
Com experiência em otorrinolaringologia, me dedico a diagnosticar e tratar distúrbios do ouvido, nariz e garganta, sendo referência em tratamento do Ronco, da Apnéia Obstrutiva do Sono e em cirurgias de nariz e garganta.
Minha meta não é apenas tratar a doença, mas também promover a sua saúde e o seu bem-estar.
Veja o que alguns pacientes dizem sobre a Dra Camilla:


O que são as amigdalas, a faringe e a laringe?
Vamos entender um pouco sobre a localização e a função dessas estruturas.
Amigdalas e faringe
As amigdalas (também chamadas de tonsilas palatinas), são tecidos de defesa do corpo e fazem parte de um conjunto de defesa da garganta, junto com as tonsilas tubárias (próximas as aberturas das tubas auditivas), tonsilas linguais (na base da língua), adenóide (tonsilas faríngeas) e tecido da faringe.
Esse conjunto de defesas, promove estrategicamente a proteção contra antígenos que chegam nas vias aéreas, tanto pelos alimentos ingeridos como pelo ar, reagindo rapidamente contra eles e gerando nossa primeira defesa localmente.


A faringe pode ser dividida em 3 partes:
- Rinofaringe: Inicia no fundo do nariz e é visto pela endoscopia nasal;
- Orofaringe: A região que enxergamos quando abrimos a boca;
- Hipofaringe: Visualizada apenas com o exame de videolaringoscopia, que vai se conectar com a laringe.

Logo abaixo da hipofaringe, inicia-se a laringe.
Na laringe encontram-se as pregas vocais, umas das estruturas fundamentais para a nossa emissão da voz.

Laringe
A laringe se inicia logo após a hipofaringe e se estende até a altura das pregas vocais.
Inflamações nesse local, podem gerar alguns sintomas diferentes das faringoamigdalites, como por exemplo a rouquidão e a dor pra falar.
Qual a diferença entre amigdalite, faringite e laringite?
Temos várias causas para essas três afecções e os sintomas se modificam de acordo com a região acometida.
A diferenciação é importante para direcionarmos o tratamento, que pode ser desde o uso de antibióticos como o tratamento para refluxo gastro-esofágico, por exemplo.
Exames que avaliam a garganta
O otorrinolaringologista é o especialista indicado para a avaliação completa da faringe, amigdalas e laringe.
Oroscopia

O exame direto da cavidade oral é sempre realizado.
Esse exame se chama oroscopia, realizada através de um frontolux (luz de cabeça).
Conhecido por todos, utilizando um abaixador de língua, conseguimos avaliar a região da orofaringe e as amigdalas.
Videolaringoscopia

A videolaringoscopia é importante pra identificar o foco da dor de garganta, quando ela não se encontra na garganta.
Com a videolaringoscopia avaliamos também as amígdalas linguais, o restante da faringe (hipofaringe) e a laringe, de forma completa.
A videolaringoscopia é um exame indolor e rápido, feito no nosso consultório.
Através de uma fibra ótica e uma câmera, é possível avaliar com riqueza de detalhes toda a região da faringe e da laringe.
A ótica de garganta possui uma angulação de 70 graus, ou seja, ela será posicionada apenas até o final da língua e de lá, já será possível avaliar todas as estruturas abaixo dela.
Endoscopia nasal

Com a endoscopia nasal é possível avaliar a parte mais superior da faringe, conhecida como rinofaringe. Essa região conecta as narinas à garganta.
Palpação do pescoço

A palpação da região do pescoço é realizada de rotina e importante para ajudar na diferenciação de infecções virais e bacterianas, assim como identificar presença de massas e nódulos ou outras alterações que não sugiram causas infecciosas.
Exames complementares
Existem exames que podem ser solicitadas em caso de dúvidas mesmo após a avaliação clínica.
Ou seja, não são exames obrigatórios e usados de rotina.
Tem sua importância em quadros refratários aos tratamentos ou em casos onde a hipótese diagnóstica não foi tão bem elucidada apenas com o exame físico.
Exames para Diferenciar Amigdalites ou Faringites Virais de Bacterianas
1. Teste Rápido para Estreptococo do Grupo A (TR-A):

É um teste rápido, com resultado em segundos, onde indica a presença ou ausência da bactéria Streptococcus pyogenes, a principal causadora da amigdalite bacteriana.
É realizada através da coleta de secreção da garganta.
Apesar de rápido e prático, encontrado facilmente em prontos-socorros, pode dar um resultado falso-negativo, ou seja, a bactéria pode estar ali, mas o exame pode acusar que não está.
2. Cultura de Garganta:
A coleta é realizada da mesma forma que o teste rápido, porém a amostra é cultivada em um meio de cultura específico para bactérias.
Após alguns dias, é possível identificar o tipo de bactéria presente e sua sensibilidade aos antibióticos.
Sua vantagem é a maior precisão, porém o resultado é mais demorado.
3. Teste de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase):
É uma técnica que amplifica o material genético da bactéria, permitindo a detecção mesmo em pequenas quantidades.
Muito sensível e específico, porém um exame mais caro.
4. ASLO (Antiestreptolisina O):
É um exame de sangue que serve para detectar a presença de anticorpos produzidos pelo nosso organismo em resposta a uma infecção causada pelo estreptococo do grupo A.
5. Exame de Sangue:
Coleta de sangue onde se avalia a contagem de glóbulos brancos e a presença de marcadores inflamatórios.
Tipos de faringoamigdalites – a inflamação das amigdalas e da faringe
Amigdalite / faringite viral
Causas
As faringoamigdalites virais correspondem a 75% dos casos em menores de 2 anos.
O principal vírus é o adenovírus.
Rinovírus, coronavírus, influenzae, parainfluenzae e vírus sincicial respiratório também podem estar envolvidos.
Mononucleose infecciosa
Conhecida como “doença do beijo”, é um subtipo de faringoamigdalite viral, podendo ser causada pelo vírus Epstein-Barr, citomegalovírus, toxoplasmose, adenovírus ou vírus da hepatite.
Quanto mais jovem se tem o contato com o vírus, mais brandos são os sintomas.
A transmissão ocorre por troca de saliva durante o beijo ou contato próximo.
Além dos sintomas gerais, pode ocorrer aumento dos gânglios do pescoço na sua parte de trás, aumento do baço e/ou fígado, manchas pelo corpo e dor na barriga.
Sintomas
- Febre
- Pus na garganta
- Coriza
- Dor muscular
- Nariz entupido
Diagnóstico
O diagnóstico das amigdalites e faringites virais normalmente é clinico, a partir dos sintomas relatados e do exame físico.
Na suspeita da mononucleose, pode-se realizar hemograma, pesquisa de anticorpos e a reação de Paul-Bunnel-Davidson.
Tratamento
O tratamento é baseado no suporte, como hidratação e analgésicos, além das medicações sintomáticas para coriza e nariz entupido, por exemplo.
Em caso de mononucleose, orienta-se repouso devido ao risco aumentado de ruptura esplênica.
Amigdalite / faringite bacteriana
Causas
Dentre as várias bactérias potenciais causadoras, podemos citar o Streptococcus pyogenes do grupo A, responsável por cerca de 20% das infecções.
A maior preocupação nessa bactéria, em específico, é porque ela pode levar a complicações por vezes graves, como:
- Febre reumática
- Glomerulonefrite aguda
- Escarlatina
- Bacteremia (bactéria disseminada no sangue)
- Linfadenite cervical
- Endocardite
- Otite e mastoidite
- Meningite
- Abscesso periamigdaliano e retrofaríngeo
- Pneumonia
- PANDAS – doença auto-imune neuropsiquiátrica na pediatria
Outras bactérias, como os Streptococcus pyogenes do grupo C e G, mycoplasma pneumoniae e chlamydia pneumoniae também podem ser causadoras de amigdalite bacteriana e normalmente são acompanhados de sintomas respiratórios, como a tosse.
A neisseria gonorrheae pode gerar quadros de amigdalites associados à sinais de infecção genital.
Sintomas
Costumam ser mais sintomáticos que as infecções virais.
- Febre
- Dor de garganta
- Prostração
- Dificuldade para engolir
- Gânglios aumentados e dolorosos abaixo da mandíbula
- Amigdalas vermelhas, inchadas e com pus
- Náuseas, vômitos, cefaleia, dor abdominal
Tratamento
Medicamentos que controlam os sintomas, como analgésicos, antitérmicos e hidratação e o uso de antibiótico direcionado para a provável causa da infecção.
A febre Reumática
O risco de febre reumática por amigdalite não tratada é de 1% na população geral e surge entre 1-4 semanas após o quadro da amigdalite por infecção estreptocócica.
Nos países em desenvolvimento a febre reumática é considerada endêmica, e é a afecção que mais causa mortalidade cardiovascular.
Após a infecção, o sistema imunológico, em vez de combater apenas a bactéria, ataca também os próprios tecidos do corpo, como o coração, articulações, pele e sistema nervoso, causando inflamação.
Amigdalite crônica
Causas
É a infecção das amigdalas persistente por mais de 3 meses.
A flora bacteriana é mista, e há presença de biofilmes bacterianos dentro das reentrâncias das amigdalas. Esse biofilme explica uma falta de resposta aos antibióticos, presença de uma inflamação crônica ou infecções recorrentes.
Sintomas
- Dor de garganta >3 meses
- Mau hálito
- Caseum (bolinhas brancas dentro das amigdalas)
- Vermelhidão das amigdalas
- Linfonodos em pescoço


Tratamento
A amigdalectomia – remoção das amigdalas cirurgicamente, pode ser uma opção a depender das manifestações sistêmicas ou locais da amigdalite crônica.
PFAPA
A PFAPA é considerada a principal causa de febre periódica na criança.
Tem início antes do 5 anos e tende a resolução na adolescência, no entanto, também pode persistir na vida adulta.
O quadro da PFAPA é composto por:
- Febre periódica a cada 3 – 8 semanas com duração de 6 dias
- Estomatite
- Faringite
- Inchaço dos gânglios
Tratamento
Medicamentoso: o tratamento medicamentoso de escolha é o corticoide e pode-se usar a colchicina como profilaxia.
Amigdalectomia: A remoção das amígdalas é considerada o tratamento definitivo para muitos pacientes com PFAPA.
Estudos mostram que a tonsilectomia pode levar à remissão completa dos sintomas em até 85% dos casos.
Outras faringoamigdalites especificas
- Difteria
- Angina de plaut-vincent
- Angina luética (sífilis)
- Faringite gonocócica
- Faringite herpética
- Herpangina
Faringite crônica
A faringite crônica pode ter diversas causas, como o refluxo gastroesofágico, alergias persistentes, tabagismo, respiração bucal ou irritantes ambientais.
Sintomas:
- Garganta seca
- Tosse persistente
- Dificuldade para engolir
- Sensação de um caroço ou bola na garganta
Seu tratamento é de acordo com a causa especifica da faringite.
Tipos de laringite
Laringite infecciosa
Como as causadas por vírus, bactérias e fungos.
Laringite não infecciosa
São as laringites causadas por refluxo faringo-laríngeo ou refluxo gastro-esofágico, uso excessivo da voz, fumaça e poluição, estresse (tensão) e alergias.
Sintomas
- Rouquidão
- Perda da voz (afonia)
- Tosse seca persistente
- Dor de garganta
- Dificuldade para engolir
- Dor para falar
- Sensação de corpo estranho na garganta
Tem como prevenir todas essas “itis”?
A resposta é SIM!
Podemos diminuir muito os quadros de amigdalites, faringite e laringites, com alguns cuidados, como:
- Lavar as mãos frequentemente: especialmente antes das refeições e após usar o banheiro.
- Evitar contato com pessoas doentes.
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.
- Manter ambientes bem ventilados.
- Vacinação contra a gripe.
- Evitar falar alto e manter-se sempre hidratado.
Quando procurar um otorrinolaringologista?
Devemos ficar atentos a alguns sinais de alerta que devem ser investigados pelo especialista.
- Dor de garganta intensa e persistente.
- Dificuldade na abertura da boca.
- Febre alta e contínua.
- Rouquidão persistente.
- Dor para falar.
- Dificuldade para respirar.
Quando operar as amigdalas?
Primeiro: Amigdalites bacterianas de repetição
Entendemos como amigdalites de repetição, sete crises em um ano, cinco crises em dois anos consecutivos e/ou três crises em três anos consecutivos.
Aqui não valem as amigdalites virais, mas por quê?
A remoção das amigdalas devido quadros repetitivos de amigdalites virais, não fará cessar as infecções por vírus, podendo elas aparecerem por exemplo nas amigdalas linguais, nos grânulos faríngeos ou na adenóide.
Por isso é comum escutarmos “ah, operei as amigdalas e não adiantou nada”, isso porque, na falta das suas amigdalas (tecido de defesa do corpo) os outros tecidos de defesa terão que agir pra sua proteção.
O quadro muda, quando temos amigdalites bacterianas bem diagnosticadas, e nesse caso sim, a cirurgia será muito benéfica.
Segundo: Tamanho das amigdalas
Amigdalas grandes também entram em critérios para remoção, devido à maior propensão à roncos e apneia obstrutiva do sono, dificuldade na deglutição, distúrbios na fala e respiração oral e suas consequências no desenvolvimento da face.
Terceiro: Quadros de abscesso periamigdaliano
Quadros de abscesso são complicações de amigdalites bacterianas e que podem ter consequências mais graves.
Essa condição entra como um critério para a remoção das amigdalas devido a maior chance de recorrências.
Quarto: Amigdalite crônica caseosa
Acúmulo frequente de caseum dentro das reentrâncias das amigdalas, pode levar à dor crônica de garganta e à halitose.
O caseum é formado por restos alimentares que acabam entrando nas criptas que as amigdalas possuem.
Algumas pessoas possuem essas criptas mais profundas, facilitando a deposição de comida no local.
A remoção das amigdalas prejudica a imunidade?
MITO.
Não existem evidências cientificas que corroboram essa afirmação.
Nosso sistema imunológico é complexo, as amigdalas fazem parte apenas de uma parte desse sistema.
Além do tecido linfoide da faringe, amigdalas linguais, adenoide, tonsilas tubárias, ainda possuímos o baço e os linfonodos para fazer a nossa defesa.
Conclusão
Em resumo, amigdalite, faringite e laringite são condições que, embora possam parecer semelhantes, apresentam características e tratamentos distintos.
A dor de garganta é um sintoma comum a todas elas, as vezes mais intensa, as vezes mais branda, mas a identificação da causa precisa é fundamental para um tratamento eficaz.
Por isso, ao perceber qualquer alteração na sua garganta, como dor moderada ou intensa ou dor persistente, dificuldade para engolir ou rouquidão persistente, agende sua consulta.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e garantir uma rápida recuperação.
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